sexta-feira, 25 de julho de 2014


Moradores de Guarapuava esperam ver neve pelo 2º ano consecutivo

Especialista diz que fenômeno é raro e difícil de prever com antecedência.
Neve caiu na cidade em julho do ano passado e encantou os moradores.
Antes mesmo da estação mais gelada do ano começar oficialmente, o frio já era assunto entre os moradores de Guarapuava, na região central do Paraná. Eles querem saber se o fenômeno que marcou a cidade em 2013 vai ocorrer novamente: a neve. As ruas estão cheias de pessoas palpitando sobre a possibilidade de nevar ou não na cidade pelo segundo ano consecutivo. Nesta terça-feira (1º), o dia começou com -2ºC, a menor temperatura do ano na cidade.
Uma pesquisa realizada pelo G1 apontou que 61,16% dos internautas acreditam que a neve vai voltar a cair em Guarapuava em 2014. A secretária Andressa Chimiloski Lourenço está entre os moradores que creem na repetição do fenômeno este ano. "O tempo está bem desregulado e o frio já está chegando. A neve do ano passado foi um show, pra quem nunca viu foi um momento histórico. É bom saber que não é preciso ir longe para ver algo tão maravilhoso acontecendo! Gostaria que nevasse de novo para poder aproveitar mais, curtir de uma forma diferente, como se fosse a última vez", disse.

Entretanto, a opinião de especialistas vai contra o desejo de grande parte dos moradores. Eles afirmam que o fenômeno é raro e que não é possível prever com precisão esse tipo de condição meteorológica em um período maior do que cinco dias. Segundo o professor climatologista da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Aparecido Andrade, não há um padrão cronológico para a ocorrência de neve em Guarapuava. “Como a cidade está localizada em uma região subtropical não existe neve permanente, ao contrário do que ocorre em países do hemisfério norte, por exemplo. A neve no município depende muito das condições do dia e do ano”, explica.
O climatologista explica que as condições meteorológicas necessárias para que o fenômeno ocorra em qualquer parte do mundo são basicamente temperaturas negativas e alta umidade do ar. Entretanto, Andrade reforça que as temperaturas devem estar baixas desde o solo até as nuvens, impedindo que os cristais de gelo descongelem ao chegarem próximos à superfície, que está mais quente. “No ano passado, uma intensa onda de frio favoreceu a ocorrência de neve em várias cidades da região Sul do Brasil. Outra característica foi que Guarapuava estava bem no meio de um sistema com ar frio intenso e baixo e uma camada mais acima. Isso prolongou o período de temperaturas negativas na região central e causou uma instabilidade atmosférica, o que fez nevar”, esclareceu.

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