segunda-feira, 25 de agosto de 2014


Rebelião segue sem previsão para o fim e passa de seis o numero de reféns mortos

Ao menos duas pessoas foram decapitadas e cinco arremessadas dos pavilhões...

Próximo às 6h de hoje, presos da Penitenciária Estadual de Cascavel conseguiram tomar o presídio, rendendo os agentes penitenciários e fazendo reféns presos acusados de estupro. Os detentos colocaram fogo em colchões e depredaram boa parte da estrutura do presidio. No início da rebelião apenas 9 agentes trabalhavam na unidade prisional.

No desenrolar da manhã a rebelião foi ficando a cada momento mais violenta e a primeira morte foi confirmada logo no início da rebelião. Reféns eram levados ao terraço de um dos pavilhões – alguns usando apenas roupas íntimas –, amarrados e violentamente agredidos. Próximo às 11h duas pessoas foram arremessadas do terraço e estas não foram as únicas. Ao longo do dia, ao menos cinco pessoas foram jogadas do pavilhão. Informações preliminares dão conta que ao menos duas destas pessoas morreram.

No início da tarde um preso exibia uma cabeça do alto do pavilhão. Esta também não foi a única decapitação, sendo que duas foram confirmadas oficialmente (destacando que existem informações extraoficiais que houveram três decapitações). Informações não confirmadas apontam que uma das vítimas pode ser o ex-policial civil, Ademar Marcon, preso em julho deste ano por vender peças de veículos que ficavam estacionados no pátio da 15ª SDP.

Familiares dos presos e dos agentes penitenciários acompanharam a movimentação durante todo o dia e reagiram de forma negativa quando os policiais pediram que se afastassem por motivo de segurança. Para eles, a polícia queria que os familiares e a imprensa ficassem longe para que os presos pudessem ser agredidos. Os familiares chegaram a fechar, com pedras e galhos, o trevo de acesso à PEC na rodovia BR-277, mas liberaram pouco tempo depois.

Para ajudar nas negociações a secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, veio à Cascavel. Também estiveram presentes membros da comissão de Direitos Humanos da OAB, o juiz da VEP (Vara de Execuções Penais), Paulo Damas, bem como membros do Centro de Direitos Humanos de Cascavel. Um homem que se dizia advogado de um dos presos – o qual seria membro do PCC – chegou ao local tentando entrar na penitenciária para negociação.

Perto das 19h, por um telefone, entregue à imprensa por uma mulher, um homem se identificou como membro do PCC e afirmou que se os advogados não fossem autorizados a entrar no local, rebeliões seriam iniciadas em penitenciárias de todo o estado.

A polícia insistiu por um longo período que as negociações seriam concluídas até o anoitecer. Entretanto, após montar uma barraca no local para atender ao efetivo que estava todo mobilizado e de ficar muito tempo sem dar novas informações, a PM confirmou que não daria qualquer nova informação durante o dia de hoje. As negociações devem seguir até amanhã. Uma comissão de negociação foi montada pelos presos, sendo que, entre os integrantes está o preso Alessandro Meneghel.

De acordo com a PM, 75 presos foram transferidos para a Penitenciária Industrial de Cascavel, 68 serão encaminhados para a Penitenciária de Francisco Beltrão e seis vão para a penitenciária de Maringá. Várias viaturas estarão saindo, próximo às 22h30 da 15ª SDP para esta transferência.

A lista de mortos e feridos será divulgada apenas no fim das negociações, mas oficialmente já são mais de 6 mortos

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