quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Polícia cumpre reintegração de posseCerca de 50 barracos foram derrubados e 150 famílias tiveram que sair do espaço devido a determinação judicial


A Justiça determinou e a polícia cumpriu no início da manhã de hoje (07) a reintegração de posse de uma área invadida da Fazenda Bom Sucesso, às margens da BR-369, entre Cascavel e Corbélia.

A ação foi cautelosa e um trecho da rodovia chegou a ser interditado. A polícia impediu que a imprensa acompanhasse as primeiras abordagens. Imagens só puderam ser feitas de longe.

Um tempo depois, como não houve conflito, a aproximação dos jornalistas foi permitida.

Cerca de 400 policiais militares do oeste e sudoeste participaram da ação. A polícia Civil, PRF e Bombeiros deram apoio. De acordo com o comando, policiais deverão ficar no espaço de dois a três dias para garantir que as famílias não retornem para a fazenda.

A PM diz que as famílias foram comunicadas com 30 dias de antecedência sobre a reintegração e que tiveram tempo para retirar os pertencentes. Nesta manhã, os policiais foram de barraco a barraco avisando que eles teriam que sair dali. Às margens da BR-369 há mais pessoas acampadas, mas elas continuarão ali, pois estão em área de domínio, que pertence a união. Vai ser para esse espaço que as famílias retiradas da fazenda irão ficar.

Máquinas foram usadas para derrubar os barracos. O presidente do Centro de Direitos Humanos, Luiz Carlos Gabas, não concordou com a ação.

“As famílias gastaram para construir aqueles barracos. Seria justo que pudessem ficar com eles e ter tempo para retirar os pertences”, disse.

A fazenda está invadida desde 2005. Em outubro daquele ano houve reintegração de posse, mas um tempo depois os sem terra voltaram para o espaço particular.

O advogado do dono da área, Tadeu Karasek Júnior, diz que a fazenda sempre foi produtiva, com destaque para produção de soja e reflorestamento.

“Quando a fazenda não está invadida ela é produtiva”, ressalta.

Empurrando um carrinho de mão, com os poucos pertences que conseguiu pegar, a sem terra Conceição Martins da Silva, 65 anos, estava inconformada.

Cerca de 40 policiais militares vão ficar na fazenda por no máximo três dias. No entanto, o acampado Mauro Ferreira garante que assim que a polícia for embora, eles irão fechar os portões da fazenda e o proprietário não entrará mais ali e também não terá autorização para plantar.
As informações são da CGN

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